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sábado, 11 de junho de 2011

OBRA:    “ Prometeu Acorrentado “

Autor:   Ésquilo

Origem da literatura:   Grega   

Editora, Data da publicação, Páginas:   Ed. Abril, 1980,
38 páginas.  

Descrição da estrutura:  Peça de teatro.  

Personagens:  o Poder,  Hefesto ( Vulcano ),  a Força,  Prometeu,  Oceano,  Io ( filha de Ínaco) ,  Hermes ( Mercúrio ),  Zeus ( Júpiter ) e o coro das Oceânidas.   

Obra:  Um preâmbulo se faz necessário antes de iniciarmos a descrição da obra.
Cronos, o deus dos deuses é avisado que perderá o trono para um de seus filhos e, dessa forma passa a devorá-los, um a um. No entanto, o filho mais novo, Zeus ( Júpiter ) consegue sobreviver.
O tempo passa e Zeus cumprirá seu destino, iniciando uma incansável luta contra seu pai  tendo como colaborador, o deus Prometeu. Conseguem, juntos, aprisionar Cronos nos montes do Cáucaso.
Dessa forma, Zeus torna-se o senhor absoluto do Olimpo e resolve colocar em prática um plano antigo, que é aniquilar a humanidade, por ele há muito odiada. Fato é que, ao saber, Prometeu o desaconselha, mas Zeus o ignora.
Indignado com a prepotência e tirania de Zeus, Prometeu rouba-lhe o fogo e entrega aos humanos, dando-lhes dessa forma, acesso às ciências, à matemática, às letras e os ensina a se tornarem senhores da natureza.
Essa conduta precipitou a ira de Zeus, que ordena que Hefesto ( Vulcano ) acorrente Prometeu a um rochedo de modo que jamais possa se soltar.

A obra inicia-se a partir desse momento, com Hefesto preparando-se para acorrentar Prometeu, seu próprio irmão. O deus ferreiro não consegue executar a ordem de Zeus por vacilar, por ser acometido por enorme dúvida acerca da correção daquele ato. Houve então a interferência do Poder e da Força que obrigam  Hefesto a cumprir a determinação do soberano. Assim se faz.
Prometeu é acorrentado num rochedo e, à noite uma ave de rapina devora seu fígado e durante o dia ele se regenera, castigo esse que deveria ser eterno.
Prometeu é visitado pelo deus Oceano, que lhe traz demonstração de solidariedade e contrariedade à atitude de Zeus.
Em seguida recebe a visita da linda jovem Io ( filha de Ínaco ), por quem Zeus se apaixonou. Essa paixão do soberano trouxe uma série de infortúnios à jovem que fora ferozmente castigada por Hera, mulher de Zeus.
Io foi condenada a viver continuamente perseguida e atacada por um besouro gigante, que fazia com que ela não pudesse se estabelecer em lugar algum. Estava condenada a peregrinar.

Curiosidade:  Durante uma das fases de suas inúmeras peregrinações, Io é orientada por Prometeu que, quando ela atingisse o istmo cimério, ainda em solo europeu, deveria virar-se de costas para esse território e, com o coração cheio de coragem, lançar-se ao mar e atravessar um estreito que ali havia. A travessia desse estreito a faria chegar ao continente chamado Ásia.
Prometeu lhe disse que, sua passagem por esse estreito teria para os homens mortais renome glorioso e depois dela esse lugar passaria a ser conhecido como estreito de Bósforo.

Voltando à peça, Prometeu era o único deus sabedor do destino de Zeus. Era sabedor que o supremo contrairia um casamento, e que esse seria sua perdição e motivador da perda do trono.
Sabendo disso, Zeus ordena que Hermes ( Mercúrio ), vá até o rochedo e exija que Prometeu esclareça quem seria responsável por sua destinada queda.
No entanto, o obstinado Prometeu não sucumbe aos desmandos e tirania do iminente derrotado deus soberano, não se deixando influenciar pelas ameaças transmitidas por Hermes.
Prometeu recebe a manifestação de ameaça de Zeus, através de relâmpagos e trovões sem deixar-se intimidar.


Opinião:  A grande mensagem que se extrai desse texto é a capacidade do indivíduo poder manifestar suas opiniões, poder expressar suas convicções, poder demonstrar suas inquietações e indignações perante toda ordem de arbitrariedades, poder ter o direito de não se manifestar quando melhor lhe convier e poder não se submeter a qualquer tipo de ameaça ou constrangimento, independente de sua liberdade física.
Mostra-se a supremacia do livre pensar, mesmo que acorrentado.
Pode se observar que a passagem entre Prometeu e Hermes ( Mercúrio ) é emblemática, porque nos mostra com muita clareza o prazer que o acorrentado tem de ser mais livre que o servo do poderoso Zeus.
Mais claramente, Prometeu pode tudo. Pode manifestar-se acerca de qualquer assunto, pode calar-se no momento em que preferir, pode exercer a soberania de suas vontades e opiniões a qualquer tempo, porque assim o quis. Decidiu não submeter-se a qualquer desmando arbitrário, sem temer qualquer forma de tortura física.
Não é atingido na plenitude dos seus pensamentos.
Já Hermes, é fisicamente livre mas totalmente prisioneiro dos seus temores e da falta de um comportamento combativo, ou simplesmente fazer valer suas opiniões, sem deixar seus pensamentos serem escravizados por uma tirania de menor inteligência.



O Autor:   Ésquilo













Citações de “ Prometeu Acorrentado  “:
 
“ ... a desconfiança nos amigos é uma prática que nasce com a tirania ... “
“ ... a sabedoria é muito mais fraca que o destino ... “
“ ... não existe mal mais vergonhoso do que a palavra que falta com a verdade ... “
“ ... aos doentes é doce saber por antecipação e com clareza a quota de sofrimento que
ainda os espera ... “
“ ... não há nada que o tempo não ensine em seu decurso ... “


Data da resenha:   11 de Junho de 2011    

Autor da resenha:     Márcio A. S. Ferraz

Local:     Alameda das Paineiras, 60   -   Itapevi – S.P


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