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terça-feira, 24 de novembro de 2015

24 DE NOVEMBRO



Querida Carol,

Quando comecei a me amar
Eu entendi que em qualquer momento da vida, estou sempre
no lugar certo na hora certa.
Compreendi que tudo o que acontece está correto.
Desde então, eu fiquei mais calmo.
Hoje eu sei que isso se chama CONFIANÇA.

Quando eu comecei a me amar, entendi o quanto isso pode ofender alguém
Quando eu tentei impor minha vontade sobre esta pessoa,
Mesmo sabendo que não era o momento certo e a pessoa não estava preparada para isso,
E que, muitas vezes, essa pessoa era eu mesmo.
Hoje, sei que isto significa DESAPEGO.

Quando comecei a me amar
Eu pude compreender que dor emocional e tristeza
são apenas avisos para que eu não viva contra minha própria verdade.
Hoje, sei que a isso se dá o nome de AUTENTICIDADE.

Quando comecei a me amar
Eu parei de ansiar por outra vida
e percebi que tudo ao meu redor é um convite ao crescimento.
Hoje eu sei que isso se chama MATURIDADE.

Quando comecei a me amar
Parei de privar-me do meu tempo livre
e parei de traçar magníficos projetos para o futuro.
Hoje faço apenas o que é diversão e alegria para mim,
o que eu amo e o que deixa meu coração contente,
do meu jeito e no meu tempo.
Hoje eu sei que isso se chama HONESTIDADE.


Tratei de  fugir de tudo o que não é saudável para mim,
de alimentos, coisas, pessoas, situações
e de tudo que me puxava para baixo e para longe de mim mesmo.
No início, pensava ser "egoísmo saudável",
Mas hoje eu sei que trata-se de de AMOR PRÓPRIO.



Quando comecei a me amar
Parei de querer  ter sempre razão
Dessa forma, cometi menos enganos.
Hoje eu reconheço que isso se chama HUMILDADE.

Quando comecei a me amar
Recusei-me a viver no passado
e preocupar-me com meu futuro.
Agora eu vivo somente  este momento onde tudo acontece.
Assim que eu vivo todos os dias e isto se chama CONSCIÊNCIA.

Quando comecei a me amar
Reconheci, que meus pensamentos
podem me fazer infeliz e doente.
Quando eu precisei da minha força interior,
minha mente encontrou um importante parceiro.
Hoje eu chamo esta conexão de SABEDORIA DO CORAÇÃO.

Não preciso mais temer discussões,
conflitos e problemas comigo mesmo e com os outros,
pois até as estrelas às vezes chocam-se umas contra as outras
e criam novos mundos.
Hoje eu sei que isto é VIDA!

Quando comecei a me amar, encontrei você ...
Hoje, eu sei que isso é Amor de Verdade.
Amo você !






segunda-feira, 16 de novembro de 2015

TROVADORISMO




Há uma controvérsia histórica a respeito do início do Trovadorismo.

É a primeira época da literatura portuguesa, iniciada em plena Idade Média, durante a consolidação de Portugal como um Reino independente.

Início em 1198 (ou 1189) quando o poeta-trovador Paio Soares de Taveirós compôs Cantiga da Ribeirinha ou Cantiga de Guarvaia  >  o mais antigo documento da literatura de Portugal.
Essa contiga foi dedicada a D. Maria Pais Ribeiro, uma dama da corte.

Término do movimento em 1418, ano em que Fernão Lopes foi nomeado guarda-mor da Torre do Tombo (responsável pelo arquivo do Reino), dando início ao período do Humanismo.
Esse tipo de literatura fazia-se manifesta através de cantigas (forma oral).

Os poetas-trovadores geralmente pertenciam à pequena nobreza, compunham as cantigas, que eram divulgadas pelos jograis (rescitadores, cantores e músicos) que perambulavam pelas aldeias, usando alaúdes, um tipo de instrumento semelhante a um violão.

A poesia trovadoresca, uma nova moda poética absorvida por Portugal, veio da região da Provença, região do sul da França, que consistia então em compor poemas para serem cantados.
Dessa forma, o trovador (poeta) compunha a letra e a música e o jogral, acompanhado de alaúde, harpa, lira ou flauta, incumbia-se de exibi-la.

A principal característica da poesia trovadoresca tem como tema o amor impossível, em geral a dama cortejada era casada ou pertencia a uma classe social superior à do trovador (ele, via de regra, pertencente à pequena nobreza).

·         TIPOS DE CANTIGAS:

Os trovadores cultivaram dois tipos de cantigas lírico-amorosas:
a)    Cantiga de Amor;
b)    Cantiga de Amigo.

Ao lado da poesia amorosa coexistiu  uma poesia satírica irreverente:
a)    Cantiga de Escárnio ou de Maldizer.


Cantiga de Amor:

Direcionada do homem para a mulher. São cantigas lamentativas, pois o amor declarado é impossível de ser concretizado: a mulher é inatingível.
Nesse tipo de cantiga o trovador se dirige com vassalagem amorosa à dama que adora, por isso trata-a de “mia dona” ou “mia senhor”. 



Cantiga de Amigo:

Esse tipo de cantiga é menos elaborada do que as de amor e os sentimentos são mais declarados.
Embora essa cantiga seja escrita por um trovador, que fala (o “eu-poético”) é uma mulher apaixonada, que lamenta e chora a ausência de seu amado, que a abandona para lutar como cavaleiro ou até mesmo por outra mulher.

Conforme os assuntos abordados nesse tipo de cantiga, elas se classificam em:

·         Pastorelas: assuntos campestres e diálogos com a natureza;
·         Romarias: assuntos relacionados às festas religiosas;
·         Barcarolas: assuntos relacionados ao mar, rios e lagos;
·         Bailias: assuntos ligados à dança.





Cantiga de Escárnio ou de Maldizer:

Sempre há a zombaria destinada a alguém, seja uma pessoa decadente, seja uma pessoa que passou por um problema amoroso.

As cantigas de Escárnio são mais diferenciadas por trazerem uma linguagem mais velada.
Já as de Maldizer apresentam uma sátira bem mais direta, sem camuflagem alguma.





  
·         PROSA FICCIONAL:

O formato em prosa, passou a circular em Portugal a partir do século XIII, quando as Novelas de Cavalaria (originárias das Canções de Gesta francesas, que são narrativas de temas guerreiros), começaram a ser traduzidas.

Nessas novelas sobressai a presença do cavaleiro medieval, que passando por situações muito perigosas para defender o bem e vencer o mal.
Luta pela Igreja Católica, é casto. Fiel, dedicado e disposto a qualquer sacrifício para defender a honra cristã.

Em Portugal, somente as novelas do ciclo bretão (as que tem o Rei Artur como herói) caíram no gosto popular.

As preferidas foram:

·         Amadis de Gaula;
·         A Demanda do Santo Graal.


·         ILUSTRAÇÃO:

Dois filmes ilustram essas novelas de cavalaria:

·         Lancelot   O Primeiro Cavaleiro



Uma bela versão da novela de cavalaria mais popular em Portugal, com Sean Connery no papel de Rei Artur e Richard Gere, no papel de Lancelot.

·        












      Indiana Jones e a Última Cruzada



A lenda do Santo Graal teve essa versão contemporânea, em que o arqueólogo Indiana Jones vai em busca do cálice no qual o sangue do Salvador foi recolhido.


·         CONCLUSÃO:

ESCOLA:  TROVADORISMO

INÍCIO: 1198 (ou 1189)
OBRA INAUGURAL: Cantiga da Ribeirinha ou Cantiga de Guarvaia.




AUTOR: PAIO SOARES DE TAVEIRÓS
TÉRMINO: 1418

terça-feira, 3 de novembro de 2015

GÊNEROS LITERÁRIOS - PARTE 2



GÊNERO ÉPICO OU NARRATIVO

·        ÉPICO

O adjetivo épico vem do grego epikós, que significa atitude heroica. 

O gênero épico, por excelência, é a epopeia (uma longa narrativa em versos, que ressalta as excelentes qualidades de um herói, protagonista de fatos históricos ou maravilhosos.

Considera-se que, as obras épicas mais importantes para a literatura ocidental são a Ilíada e a Odisséia, que surgiram por volta do século VIII a.C e cuja autoria é atribuída a Homero.

Supõe-se que, tanto a Ilíada quanto a Odisséia tenham se originado de cantos populares e declamações em festivais religiosos.
A estrutura  dos poemas homéricos serviu de base para outros épicos, como a Eneida, de Virgílio e os Lusíadas de Camões.
Por esse motivo, a Ilíada e a Odisséia são considerados poemas épicos clássicos ou primários.
Todos os que se inspiraram neles são considerados de imitação ou secundários.

As epopeias são poemas de forma fixa, geralmente em versos de tamanhos regulares (de dez ou doze sílabas) e em estrofes grandes (geralmente de oito ou dez versos).

Dividem-se em cinco partes:

·         Exórdio ou Proposição: uma introdução em que são apresentados o herói e o tema;
·         Invocação: um pedido de inspiração às musas da poesia;
·         Dedicatória: o poema é dedicado a alguém (um rei, um protetor, um povo);
·         Narração: os fatos são narrados com ênfase nas peripécias do herói e nos acontecimentos históricos. É a parte mais ampla da epopeia;
·         Epílogo: fechamento da epopeia, geralmente com a consagração dos heróis.


·         NARRATIVO

O gênero narrativo é o relato de um enredo, que pode ser baseado em fatos reais ou ficção. Nesse gênero, os fatos ocorrem em sequência e sua principal característica estrutural é a presença de um início, um clímax e um desfecho.

Romance: apresenta uma história completa, com temporalidade, ambientação e personagens claramente definidos. Uma descrição longa das ações e sentimentos de personagens fictícios.
Exemplo:  O Ateneu, de Raul Pompéia

Fábula: texto de caráter fantástico que não guarda nenhum compromisso com a realidade e ser inverossímil além de fundir dois elementos principais: o lúdico e o pedagógico. É comum os personagens serem animais ou objetos.
Exemplo:  O Leão e o Rato, de Jean de La Fontaine

Novela: texto narrativo mais curto que o romance e mais longo que o conto. O personagem se caracteriza existencialmente em poucas situações.
Exemplo:  O Alienista, de Machado de Assis

Conto:  texto de ficção breve, narrado na 3ª pessoa, geralmente em prosa, caracterizado pela densidade e concisão, que conta situações rotineiras, por personagens previamente retratados.
Exemplo:  Uma Galinha, de Clarice Lispector

Crônica: o termo crônica vem do grego chronos, que significa tempo. Trata-se de uma narrativa informal, que procura captar um flagrante da vida cotidiana, com linguagem breve e um toque de humor. É considerado um gênero menor pois oscila entre a literatura e o jornalismo.
Exemplo:  A Pipoca, de Rubem Alves

Ensaio: texto literário breve, situado entre o poético e o didático, expondo ideias, críticas, reflexões morais e filosóficas a respeito de certo tema. É menos formal e mais flexível que o tratado. Consiste também na defesa de um ponto de vista pessoal e subjetivo sobre um dado tema, sem que se paute em formalidades como documentos, provas empíricas ou dedutivas, de caráter científico.
Exemplo:  Ensaio Acerca do Entendimento Humano, de John Locke


GÊNEROS LITERÁRIOS - PARTE 1




Toda organização que cerca os gêneros literários no formato que hoje temos vem de “ARTE POÉTICA”, de Aristóteles, (335 a.C – 323 a.C).






O Gênero é a maneira como a mensagem literária é veiculada.
Quanto à forma, a obra literária pode ser expressa em poesia ou em prosa.
A poesia apresenta uma linguagem mais cifrada e mais econômica enquanto a prosa tem uma organização espacial não simétrica, um texto “corrido”.
Quanto ao conteúdo, de acordo com a concepção clássica de Aristóteles (Arte Poética), os gêneros se dividem em três categorias básicas: lírico, dramático e épico ou narrativo.



GÊNERO LÍRICO

O termo lírico vem de “lira”, um instrumento musical parecido com uma pequena harpa, tocado para acompanhar a declamação de poemas.
O gênero lírico traduz a manifestação do eu, de sentimentos pessoais, uma forma de atender aos anseios humanos, expressa sentimentos e emoções.
Dessa forma, a principal característica desse gênero é a subjetividade. Por meio da poesia o autor extravasa emoções e sentimentos através de uma expressão verbal, rítmica e melodiosa.
No texto lírico há predominância de pronomes e verbos na 1ª pessoa e a exploração da musicalidade das palavras.

Exemplo:  Luís Vaz de Camões (1524 – 1580) é o maior poeta lírico do Classicismo português e o Soneto é uma das mais complexas composições líricas de forma fixa (14 versos, distribuídos em 2 quartetos > estrofe com 4 versos e 2 tercetos > estrofe com 3 versos).
Desde que a forma lírica foi criada, surgiram algumas estruturas para compor os poemas e algumas se tornaram mais conhecidas ao longo dos séculos.

São elas:
·         Elegia: poema surgido na Grécia Antiga que trata de acontecimentos tristes, enfocando a morte de um ente querido ou de uma personalidade pública;
     Exemplo:  Cântico do Calvário (Fagundes Varela)

·         Écloga ou Idílio: poema pastoril que retrata a vida bucólica dos pastores dos séculos XVI e XVII;
Exemplo:  Écloga IV (Virgílio)

·         Ode: também originado na Grécia Antiga, exalta valores nobres e caracteriza-se pelo tom de louvação;
Exemplo:  Ode ao Gato (Pablo Neruda)

·         Sonetos: a mais conhecida das formas líricas. Poema formado por 14 versos, organizados em 2 estrofes de 4 versos e 2 estrofes de 3 versos.
Exemplo: Soneto 19 (Camões)

·         Hino: exalta ou glorifica um tema ( País, religião, cidade, clube );
Exemplo: Hino Nacional Brasileiro (Joaquim Osório Duque Estrada)

·         Haicai: poesia japonesa sem rima, constituída normalmente por 3 versos, com aproximadamente 17 sílabas
Exemplo:  Rio do Mistério (Paulo Leminski)

·         Epitalâmio: poema lírico feito em homenagem às núpcias de alguém.
Exemplo:  Epitalâmio Bárbaro  (Ruben Darío)


GÊNERO DRAMÁTICO

O drama é a obra literária em prosa ou poesia feita para representação.
Segundo Aristóteles, o termo drama faz referência ao fato de, nesses textos, as pessoas serem representadas “em ação”.
O gênero dramático, na Grécia Antiga, desenvolveu-se por meio de duas modalidades:

·         Tragédia: Aristóteles estabelece que as tragédias desenvolvem certos temas como as paixões humanas e os conflitos por ela desencadeados, levando os seres humanos a se portarem de modo violento ou irracional, ignorando, dessa forma, as leis humanas ou divinas que organizam e gerenciam a vida. Esclarece ainda, que o objetivo de uma encenação de uma tragédia é desencadear, no público, terror ou piedade, em alguma medida. E, a “purificação” de sentimentos da plateia, provocada por essa experiência estética, recebeu o nome de catarse.
Exemplo:  Hamlet (William Shakespeare)

·         Comédia: A origem da comédia é a mesma da tragédia, ou seja, os festivais realizados em homenagem a Dionísio, deus grego com equivalência ao deus romano Baco (deus das festas e do vinho).
Na comédia, através de poemas jocosos, os autores satirizavam personalidade e acontecimentos da vida pública, enquanto havia democracia. Após a derrota de Atenas para Esparta, na Guerra do Peloponeso, passaram a satirizar episódios cotidianos e pessoas comuns. Enquanto na tragédia os temas abordados são sérios e apoiados na mitologia (deuses e semideuses), na comédia prevalece a leveza e a alegria e os personagens são seres humanos e reais.
Exemplo:  O Misantropo (Menandro)

O gênero dramático, na Idade Média, manifesta-se através de duas modalidades:

·         Auto: trata-se de uma peça curta, de cunho religioso, onde os personagens representavam conceitos abstratos, como a bondade, a virtude, a hipocrisia, o pecado, a gula, a luxúria, etc. Isso fazia, então, que o auto tivesse um conteúdo fortemente simbólico e moralizante. 
      Exemplo:  Auto da Barca do Inferno (Gil Vicente)

·         Farsa: também uma peça pequena, no entanto com conteúdo que envolvia situações ridículas ou grotescas, tendo como intenção a crítica aos costumes.

Exemplo:  A Farsa de Inês Pereira (Gil Vicente)