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domingo, 12 de julho de 2015

21 DIAS


21º DIA

Minha história com essa querida rosa iniciou-se no ano de 2007; no entanto, gostaria de ter tido o privilégio e a honra de tê-la encontrado em 1984.
Mas não tive, enfim.
Foram oito anos de intensidade.
Um início no mês de Abril.
Passamos oito vezes juntos pelo mês de Agosto.
Eu a conheci numa época em que estava Em Busca do Tempo Perdido, em que parecia que tinha vivido Cem Anos de Solidão e as Ilusões Perdidas.
Estava Casmurro, tentando passar por uma Metamorfose que me trouxesse novamente a capacidade de ver um Admirável Mundo Novo.
Ela fez parte desse Processo.

Foi uma Odisseia, alternando momentos de Guerra e Paz, que aos poucos me ajudou a ver a realidade da vida como uma Comédia Humana, uma Divina Comédia.
Não a conheci Senhora, nem Lolita, mas já não tinha Inocência.
Não a vi de Vestido de Noiva.
Já era uma Mulher de Trinta Anos a caminho de tornar-se uma Dama das Camélias.
Eu a conheci loura, mas descobri que, na verdade, era Moreninha, não como Iracema, mas como As Meninas, do Jabaquara.
A Máquina do Tempo nos fez encontrar.
Juntos, passamos por momentos de tormenta que parecem ter sidos amenizados pelo Tempo e o Vento da solidariedade e companheirismo.
Alguns momentos, não fossem ela,  teriam sido cenário de Vidas Secas, de caminhada sem rumo pelos Sertões, de Peste, de Crime e Castigo, de Guerra e Paz.
Paz, trazida por ela.
Às vezes, parecíamos Miseráveis até entrarmos em sua Tenda dos Milagres.
Era revolucionária na capacidade de converter a Utopia em realidade.
Parecia uma Seminarista.
Sempre tive por ela um sentimento de irmandade, tal qual Esaú e Jacó, mas sem o componente da inveja, nem de Orgulho e Preconceito.
Para ela, nosso Arthur era o verdadeiro Pequeno Príncipe.
Certamente transpussemos a marca das Mil e Uma Noites de amizade.

Mas, a última noite parece ter sido a Hora da Estrela.
Acordado fui por um pedido de ajuda A Sangue Frio.
De imediato fui tomado por um sentimento de Angústia; caí numa Tocaia Grande; me vi entre O Ser e o Nada.
A percepção do vazio ao estar diante dela me fez sentir um Estrangeiro pela condição de impotência, que me foi imposta.
Os Cem Anos de Solidão pareciam estar de volta.
Os Quinze minutos sequentes foram desoladores e cruelmente enigmáticos.
Não um Claro Enigma, mas uma enigma sombrio.
Dessa vez, A Máquina do Tempo me abandonou e a Comédia Humana perdeu a graça.
Aprendi com ela, também, o que é amar.
Amar, Verbo Intransitivo, incondicional.

Hoje, me restam Suspiros Poéticos e Saudades pela querida Rosa do Povo.

O Nome da Rosa ??

MIRIAN RUTE.