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quinta-feira, 11 de julho de 2013
OBRA: “ Lendas de Tiradentes “
Autor: Lendas coletadas pelos participantes do II Concurso Histórico-Literário do Instituto Histórico e Geográfico de Tiradentes - 1979.
Origem da literatura: Brasileira
Editora, Data da publicação, Páginas: Instituto
Histórico e Geográfico de Tiradentes,
2011, 63 Páginas.
Descrição da estrutura: Obra apresenta o relato de 51 lendas
referentes à cidade de Tiradentes-MG.
Fontes das Lendas: As
lendas “ Santo Antônio do Canjica “, “ Moça do Caxambu “ e a “ Missa das Almas
“ foram adaptadas a partir do livro “
Lendas da Cidade de Tiradentes “, de Lacyr Schetino, de 1981.
As lendas “ A Mulher e o Tocheiro “, “ O Monstro da Casa de Pedra
“ e a “Noiva Abandonada “ foram adaptadas a partir do livro “ Turismo Cultural em Tiradentes “,
de Américo Pellegrini Filho, de 2000.
As demais lendas foram coletadas
pelos participantes inscritos no concurso do Instituto Histórico de 1979.
Obra:
Trata-se da descrição de 51 lendas relativas à cidade de Tiradentes-MG,
antiga e pacata Vila de São José Del Rei, hoje uma cidade de pouco
mais de 6000 habitantes protegida e observada pela exuberante Serra de São José.
Uma das lendas trata exatamente do envolvimento de São José
e Santo Antônio pela disputa de quem seria, de fato, o padroeiro da cidade.
Disputa essa, que fora criada pelos antigos moradores,
divergentes sobre o tema e não pelos próprios santos.
Santo Antônio passou a ser, definitivamente, o padroeiro de
Tiradentes, cabendo a São José a tarefa de abençoar as águas do Chafariz, que
descem da linda serra que também leva o seu nome.
De acordo com a lenda, os próprios santos resolveram a
questão, independente das opiniões dos ilustres moradores ...
Existe uma outra
lenda que se entrelaça com o contexto histórico de Tiradentes, mais
precisamente a Guerra dos Emboabas e a interferência pontual de Santo Antônio
na resolução dessa questão.
Nos idos de 1708 e 1709, as descobertas auríferas pelos
paulistas na região do Rio das Mortes ( rio que cruza a cidade de Tiradentes ),
gerou um conflito direto com os portugueses, que numa situação de embate
iminente propuseram aos paulistas que depusessem suas armas em troca da garantia
de preservação de suas vidas.
No entanto, isso não aconteceu.
Os paulistas depuseram suas armas e foram traídos e chacinados
pelos portugueses, num episódio que passou para a história como o “ Capão da
Traição “.
Viria, posteriormente, uma tentativa de vingança por parte dos
paulistas, liderada por Amador Bueno da Veiga, que cercou o Arraial do Rio das
Mortes, mantendo os portugueses, dessa forma, entrincheirados, acuados e em expressivo
menor número.
Restava aos portugueses, como única saída, aguardar possíveis reforços esperados de Ouro
Preto e Sabará.
Daí surge o fato curioso ou lendário. Na manhã seguinte ao
cerco promovido pelos paulistas ao Arraial reinava o mais absoluto silêncio.
Não havia sinal de um paulista sequer. Terminava, assim, a Guerra dos Emboabas.
De acordo com a lenda, isso teria tido influência direta de
Santo Antônio, operando um milagre e protegendo Tiradentes de mais um conflito
violento.
Outra lenda interessante traz algumas explicações do porquê
de cada casa de Tiradentes ter em sua porta uma cruz pendurada ou pregada no seu lado
de fora.
A primeira explicação diz que quando se casa é aconselhável
colocar a cruz do lado de fora de sua casa para que, em primeiro lugar, saibam que ali
mora um católico, além de evitar que a doença e a maldade entrem em sua casa,
eliminando a presença do demônio.
Uma segunda explicação vem de uma época em que teria havido
uma epidemia de varíola na cidade. Muitos adoeceram gravemente. Em certa
ocasião um padre teria tido um sonho em que fora alertado por um anjo para que todos os que
colocassem um cruz do lado de fora de sua casa seria abençoado com a cura da
doença.
Essa casa, dessa forma, ficaria livre da varíola.
Uma terceira explicação se origina a partir da comemoração
do dia de Santa Cruz, que se dá no dia 03 de Maio. O que se alega é que, se na véspera do
dia de Santa Cruz, o morador tiver colocado uma cruz do lado de fora de sua
casa, ela seria abençoada.
Nessa data Nossa Senhora estaria à procura de seu filho e,
portanto, quando ela visse uma cruz na porta ou no batente de uma casa, acharia
que lá seu filho estaria, entraria nessa casa e a deixaria então, abençoada pela sua presença.
Opinião:
Trata-se de uma obra compilada a partir
de “causos” e ditos colhidos a partir de informações dos antigos moradores da
cidade.
Alguns
episódios se entrelaçam com fatos históricos e podem ajudar a esclarecer alguns
pontos ditos
duvidosos.
O mais
importante, no entanto, é tratar-se de um livro de nos remete às nossas raízes,
nos leva a compreender um pouco a dinâmica de uma cidadezinha tricentenária,
que mantém firmes
suas tradições e sua riqueza cultural à disposição para os que tenham interesse e o
privilégio delas desfrutar.
Data da resenha: 11 de
Julho de 2013.
Autor da resenha: Márcio
A. S. Ferraz
Local: Alameda das Paineiras, 60 - Itapevi – S.P
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013
OBRA: “ O Colecionador de Lágrimas “
Origem da literatura: Brasileira
Editora, Data da publicação, Páginas: Ed.
Planeta, 2012, 366 Páginas
Descrição da estrutura: Obra dividida em 23 capítulos, num total de
366 páginas.
Personagens: Júlio
Verne ( professor universitário ), Katherine ( sua mulher ), Dr.James Klerk ( sogro de Júlio ), Helen
( sogra de Júlio ), Billy ( inspector de polícia ), Max Ruppert ( Reitor da Universidade
), Antony ( pró-reitor acadêmico ), Michael ( coordenador do curso de Direito ),
Paul ( professor e desafeto de Júlio ), os melhores alunos, Evelyn, Lucas, Peter,
Gilbert, Débora, Elizabeth.
Obra:
Um professor universitário, chamado Júlio Verne, especialista em II
Guerra Mundial, tinha profundo prazer em ensinar. Era adepto do ensino provocativo,
estimulador, desafiador, o que nem sempre agradava, mas conseguiu cativar
alunos-admiradores em número expressivo.
De família judia, casa-se com uma cristã,
Kathe, mas convivem sob um mútuo respeito no que se refere às suas convicções
religiosas.
Em dado momento, Júlio passa a ter terríveis pesadelos, em
que fazia parte do exército nazista e participa, de certa forma, do extermínio dos seus pares
judeus, tendo sempre uma postura omissa, ou pelo menos nada combativa para que
cada morte pudesse ser evitada. Essa posição omissiva e covarde muito o atormenta.
Os pesadelos tornam-se cada vez mais frequentes e sua
resistência emocional e física torna-se cada vez menor em contraste com sua vontade de
ensinar e estimular seus alunos a pensar, a refletir, a serem críticos.
Suas aulas pouco convencionais desagradam alguns alunos,
desagrada muito a reitoria, pois passa a ser, de certa forma, a estrela da universidade,
tanto que alunos de qualquer curso faziam questão de assistir as suas aulas e até mesmo
de outras universidades.
Júlio passa a sofrer atentados, sua vida e a de sua mulher corre
sério risco, passam a viver sob forte proteção policial, é suspeito de estar
sofrendo de sérios problemas mentais, pelo fato de literalmente viver a
realidade dos seus pesadelos durante a II Guerra. Suas aulas servem para expor
e interpretar a personalidade de Adolf Hitler e tentar justificar suas ações e
sua capacidade de persuasão frente a um povo de tamanha cultura.
Estimula a pensar. Como foi possível um indivíduo
intelectualmente frágil, rude, pouco lapidado, um forasteiro, ter sido capaz de persuadir o povo
alemão, que era tido como o mais diferenciado culturalmente na Europa da época.
Em dado momento, Júlio é procurado por um grupo que lhe traz
a explicação de todos os seus transtornos e a solução para que se livre dessa
situação complicadíssima. Alegam terem conseguido construir uma máquina do
tempo que lhe dará condições de viajar até o período da II Guerra e anular as
ações de Adolf Hitler. Isso resolveria o impasse de sua vida estar em xeque e faria com que a história tivesse novos
rumos, sem a tragédia do holocausto.
Opinião:
Por se tratar de um romance histórico,
tem grande valor por trazer informação a público de um importante período da
história mundial, pouco conhecido por muitos.
Esse livro, claramente, foi resultado de uma árdua pesquisa e de muito estudo
pessoal por parte do autor para expor da forma mais didática possível,
informações valiosas sobre o período do holocausto.
A construção
da evolução da II Guerra em cima da criação de um personagem, professor de
história é bem criativa e expõe um estudo refinado da personalidade de Adolf Hitler,
de modo que nos ajuda a compreender como uma pessoa de modos pouco elaborados e de formação
acadêmica tão pobre pode dominar as mais diferenciadas camadas sociais da Alemanha
cultural de meados do século 20.
Pessoalmente
considero que o livro teve um desenrolar muito bom até o capítulo 20, sendo que a
partir daí, o desenlace do grande problema que Júlio Verne conquistou, trouxe
problemas ao autor. Este encontrou uma maneira muito desvinculada de tudo que
abordou até o capítulo 19 para finalizar a obra, o que a fez perder parte do
seu encanto, mas não o seu valor.
Informações relevantes: Aqui, descreverei informações e
dados que são interessantes para sedimentar o conhecimento trazido por esse
livro sobre esse período.
Hoje, existe um Museu do
Holocausto na Polônia, na região da Cracóvia, onde foram construídos os 3 campos de
concentração de Auschvitz, sendo o número 2 o mais terrível deles (
Auschvitz-Birkenau ).
A idéia de contrução de campos de
extermínio vem da lembrança dos primeiros campos da história, nessa modalidade,
construídos pela Inglaterra, na África do Sul, durante a Guerra dos Bôeres ( 1899 – 1902 ).
Os principais campos de
concentração ( de extermínio ) construídos na época foram Auschivitz-Birkenau, Belzec,
Sobibór, Majdanek e Treblinka. Todos eles usavam como gás um pesticida à base de cianeto
chamado Zyklon B, que causava asfixia, vômitos incoercíveis e diarreia intensa.
É sabido que a Alemanha foi berço
de grandes pensadores como Kant, Hegel, Schopenhauer, Karl Marx, Nietzsche e
Max Weber.
Hitler queria a todo custo
inaugurar o III Reich ( Império Alemão ) e tornar-se seu Führer ( guia,
condutor, chefe ).
O I Reich fora o Santo Império
Romano-Germânico, entre 926 e 1826, já o II Reich fora criado após a unificação da
Alemanha, entre 1871 e 1918.
Hitler criou a insígnia, que depois foi o
símbolo do Partido Nacional-Socilaista ( Nazismo ), já em 1923, dez anos antes de
assumir a chancelaria alemã.
Assume o comando alemão em 10 de
Janeiro de 1933 ( há 80 anos ) e dois episódios culturais foram determinantes para lapidar suas
pretensões destrutivas e exterminadoras, isso de acordo com sua interpretação.
A Ópera Rienzi, de Richard Wagner, composta
entre 1837 e 1840 e o filme Der Tunnel, de Bernhard Kellerman, de 1933.
A sequencia de atrocidades
inicia-se, formalmente a partir daí.
Hitler tinha aos seus pés a SS (
Schutzstaffel ), sua Tropa de Proteção e a Gestapo ( Geheime Staatspolizei ), a
Polícia Secreta do Estado.
Tinha ainda, 12 “apóstolos”,
Heinrich Himmler, Goebbels, Hermann Hess, Göring, Rosenberg, Ribbentrop,
Schirach, Streich, Frick, Fünk, Ley e Brauchitsch e teve até a sua derrota a
sua maior aliada, sua psicopatia.
A pergunta que mais se faz. Como
esse homem limitado conseguiu dominar um celeiro cultural como a Alemanha?
A resposta vem de uma
“conspiração” de fatores que se associam, beneficiam e alimentam psicopatia
de Hitler.
Sim, Adolf Hitler não
era um psicótico e sim um psicopata.
O psicótico perde a noção da
realidade e não tem consciência dos seus atos, nem capacidade para discernir as
consequências do seu comportamento, já o psicopata tem plena consciência da consequência do que faz e pode ser responsabilizado por cada ato.
Particularmente, por sua
virulência e poder de destruição social, a psicopatia de Hitler ganha contornos de sociopatia.
Dentro dessa psicopatia, há
características que desenvolvem uma necessidade neurótica de poder e de
evidência social, com grande capacidade de dominar as massas.
Agora, atrelado à sua doença
mental, o momento vivido pela Alemanha no pós I Guerra Mundial foi decisivo para os
planos de Hitler.
A Alemanha passou por um enorme
vexame ao perder a guerra e sofria com as pesadas indenizações impostas pelo Tratado
de Versalhes, que ajudou a levar o país à beira da falência.
A partir daí, a
inflação galopante, desemprego em massa, falta de liderança nacional, falta de perspectiva de
melhora num longo prazo.
Esse cenário fazia com que o instinto de sobrevivência fosse
muito maior que a consciência crítica que deveriam ter.
É isso que aconteceu, Hitler
“ataca” a Alemanha quando sua imunidade psíquica está em baixa, como vírus oportunista num
organismo debilitado.
Soma-se a isso o seu comportamento
eletrizante que sedimentava seu magnetismo social, que se baseia nas características
abaixo:
- voz teatral e imponente nos seus
discursos, - supervalorização da crise social e econômica, - propagava
continuamente uma ameaça comunista, - lembrava a todo tempo da forma como a Alemanha fora
humilhada na I Guerra, instigando o ódio alemão, - criou dois inimigos mortais para
a Alemanha, a serem combatidos a qualquer custo, os marxistas e os judeus, - promoveu
o valor de uma raça ariana para recuperar a auto-estima do povo alemão puro, - exaltava o nacionalismo e o valor de
origens humildes, - verborreia, uma necessidade
neurótica de falar e convencer por longos discursos.
Citações de “ O Colecionador de Lágrimas
“:
“ ... a violência não é produzida
apenas por seus patrocinadores, mas também pelos que se calam sobre ela ... “
“ ... ser resolvido não quer dizer
não sentir culpa. A culpa é um raciocínio complexo, de importância vital para
reconhecer erros e corrigir rotas. Se for bem trabalhada, é uma brilhante ferramentaa para
desenvolver a maturidade ... “
“ ... a angústia é uma masmorra
emocional, que nos asfixia ao ar livre ... “
“ ... se as derrotas não fizerem
um homem cair, dê-lhe muito sucesso, que, embriagado com ele, cairá ... “
“ ... ousadia não é falta de medo,
mas a capacidade de dominá-lo ... “
“ ... é melhor o som da insensatez
do que o silêncio da timidez ... “
“ ... quando o preço da liberdade
é mais alto do que o preço do seu salário, a única saída é se demitir ... “
Data da resenha: 28 de
Fevereiro de 2013.
Autor da resenha: Márcio
A. S. Ferraz
Local: Alameda das Paineiras, 60 -
Itapevi – S.P
terça-feira, 15 de janeiro de 2013
JOHN DOS PASSOS
NOVA EDIÇÃO DE JOHN DOS PASSOS
John Roderigo dos Passos, nasceu no dia 14 de Janeiro de 1896 em Chicago, Estados Unidos e morreu no dia 28 de Setembro de 1970, na cidade de Baltimore, Estados Unidos.
Ontem, 14 de Janeiro de 2013, faria 117 anos.
Morreu aos 74 anos.
Romancista, pertencente ao Modernismo americano, neto de um sapateiro português e filho de um advogado, foi educado pela mãe, em casa.
Graduou-se na Universidade de Harvard.
Dos Passos é um dos maiores romancistas norte-americanos e pertence à chamada "Lost Generation", juntamente com Ernest Hemingway, T.S. Elliot e F.Scott Fitzgerald.
Em certo momento, resolve saber mais sobre suas origens e aproxima-se do Brasil em três viagens realizadas em 1948, em 1958 e em 1962.
Após essas viagens lançou nos EUA, em 1963, a obra "Brazil on the Move", que é um misto de reportagem, crônica de viagem e ensaio.
Exatamente após 50 anos, o livro ganha uma nova edição pela Editora Benvirá, agora com o título "O Brasil em Movimento".
John dos Passos tem como obras-primas a "Trilogia USA", que se compões dos seguintes livros:

* Paralelo 42
* 1.919
* O Grande Capital
Retratam a realidade social e econômica americana nos períodos pré-I Guerra Mundial, em "Paralelo 42", durante a I Guerra Mundial, em "1.919" e a realidade pós-I Guerra Mundial em "O Grande Capital".
Essas obras serão detalhadas quando forem alvo de suas respectivas resenhas.
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